Imagem de casal do desenho: UP – ALTAS AVENTURAS
Rosemeire Nicolau
Psicóloga/ Sexóloga/ Neuropsicóloga

 

Cada fase da vida tem seus encantamentos, suas prioridades.

E a sexualidade está presente em todas elas.

 

Envelhecer faz parte da natureza humana, mas é um grande desafio para todos. Não só a nossa genética nos impõe limitações na velhice, mas também as escolhas que fazemos  quando adultos em relação a  hábitos alimentares, vícios, atividade física… Desta forma, ao envelhecer, a saúde passa a ser prioridade.

 

Com uma boa saúde, o idoso pode ter uma vida sexual ativa. Cada relacionamento tem um padrão de comportamento  sexual de acordo com suas possibilidades, maturidade, funcionalidade e interesse.

 

Com o envelhecimento podem surgir doenças e uso de medicamentos que muitas vezes diminuem a libido limitando a atividade sexual. Pode também acontecer do sexo não ter mais a mesma importância para o casal, e o contato sexual vai ficando cada vez mais espaçado.

 

A forma como o idoso vai vivenciar sua vida sexual depende de suas possibilidades, da cumplicidade e respeito com o parceiro. Mas a forma como ele vai escolher viver, depende de seu pensamento.

 

Para que pensar no que perdeu se pode pensar no que construiu? Porque sofrer querendo o que não pode ter, ao invés de tentar ser feliz com o que está ao seu alcance? Por que entristecer com o que não tem, se tem o mais importante, que é a vida?

 

É importante envelhecer desfrutando de sua sexualidade. Mas entenda sexualidade não apenas como reprodução e busca de prazer sexual, como também a nossa necessidade de amor, carinho, compartilhamento e bem estar pessoal. A sexualidade inclui o conhecer-se, o aceitar-se.  A forma de se relacionar, inclui satisfação, afeto, e também de como lidar com a solidão, com as perdas, e com a dor. Inclui a satisfação com a intimidade, implica nos cuidados, toques, ciúmes, rejeição, autoestima e felicidade. O idoso pode amar e ter prazer em dar, receber carinho com os familiares e amigos.

 

Para vencer o grande desafio da velhice o segredo é não sobreviver, mas VIVER.

 


 

 

Camila Nicolau

Afinal o que é neurociências?

Neurociências é o estudo do Sistema Nervoso Central (SNC) associado a outras áreas do conhecimento (educação, comunicação, humanas, saúde, biologia, etc). Por isso, é chamada de área multidisciplinar.

Mas o que a tal de neurociências tem a ver com aprendizagem?

Tudo. Entender o SNC é compreender como a informação caminha pelo cérebro e, então, saber que funções estão sendo ativadas e quais ainda precisam ser melhoradas. O entendimento da neurociências facilita a compreensão do que desenvolver em cada época para facilitar a aquisição de conhecimentos mais complexos no futuro.

Por exemplo, sabe-se que o desenvolvimento sensório motor é primordial para todo o controle dos sentidos. Tendo domínio motor sobre braços, pernas, boca, olhos, entre outros, é possível permitir que outras habilidades se priorizem. Fica mais fácil entender quando se coloca na prática.

Quando na clínica nos deparamos com diversos casos de dificuldade de leitura, percebemos um padrão de dificuldade de controle inibitório no momento da atividade. Como essa dificuldade se manifesta? Mexe muito pernas e braços. Levanta constantemente e anda de um lado para o outro no momento da leitura. A pergunta que se faz é: como ocorreu essa estimulação sensorial na primeira infância? A criança foi ensinada a ter controle motor sobre o corpo? Entendeu que determinadas atividades exigem certo tipo de comportamento para as pernas e braços? E os olhos, foram treinados a se moverem?

Entendo que não se pode generalizar, cada caso é um caso. No entanto, casos de disfuncionalidade executiva gerariam tal comportamento, por se tratar o controle inibitório uma função executiva. Cabe aqui uma reflexão sobre o que estamos ensinando a nossas crianças que vivem em um mundo com tanto estímulo eletrônico e tantas coisas prontas que desaprenderam a fazer e esperar pelo resultado.

Quanto tempo seu filho passa em frente ao celular? Videogame? Televisão? Ele foi ensinado a passar um tempo com livros? Jogos de tabuleiro? Sentar e conversar?

Que valor de vida está sendo passado às crianças? Que sentido de mundo estamos destinando a essa geração fast food, microondas, delivery?

A neurociências no processo educacional pode ajudar a transformar a aprendizagem. Permitir uma transformação na forma de ensinar e aprender. Valorizar as habilidades necessárias para cada fase. Valorizar o engatinhar, rolar, socializar, lateralidade, correr, pular e deixar que a leitura e escrita se desenvolvam na época que precisa ser desenvolvida.