Álvaro Antônio Nicolau

Psicólogo / Psicopedagogo / Neuropsicólogo

Alzheimer é uma doença das mais comuns de demência em todo o mundo. Suas causas ainda não são por demais conhecidas, todavia ela se apresenta em fases na conformidade do estagio da doença. 

É uma doença neurodegenerativa crônica manifestando-se de forma lenta agravando-se ao longo dos anos.

O sintoma mais comum e inicial é a perda/rebaixamento da memória de curto prazo sendo comum a dificuldade de lembrar acontecimentos recentes, mas ao longo do tempo os sintomas aumentam e pode levar à morte. Embora isso, os primeiros sintomas da doença muitas vezes não são devidamente identificados podendo levar ao atraso do diagnóstico, bem como para a devida orientação do paciente e de sua família.

No desenvolvimento da doença, é importante o conhecimento das fases do Alzheimer principalmente porque ajudará a família na identificação dos sinais de seu desenvolvimento de forma mais precoce visando garantir o acompanhamento mais adequado em relação à pessoa afetada.

Há uma evolução ao longo do tempo num período indeterminado podendo  manter-se assintomático por alguns anos.

II – FASES

– Pré-demência

Esta é uma fase na qual os sintomas são bem sutis sendo muitas vezes atribuídos, de forma equivocada, ao envelhecimento natural ou ao estresse.

Seguindo esse caminho, se identificado qualquer sinal, deve-se avançar nos cuidados.

Portanto, em havendo, nesse momento, qualquer suspeita de doença de Alzheimer, deve-se procurar atendimento médico, que fará primeira análise, quando se procurará aplicar testes neuropsicológicos que permitem revelar sintomas da doença.

Isso poderá antecipar em até oito anos antes de a pessoa cumprir os critérios para diagnóstico de Alzheimer.

Há uma progressão dos sintomas sendo, por isso, importante, a identificação antecipada dos sintomas para as intervenções subseqüentes.

Além da perda de memória recente, essa fase pode incluir sintomas como mudanças sutis na atenção, apatia, irritabilidade e sintomas depressivos.

– Estágio Inicial ou leve

É o primeiro estágio, e os sintomas de pré-demência estão presentes. Neste estágio, de demência de Alzheimer leve, os sintomas se agravam e a pessoa poderá apresentar-se com dificuldade para encontrar palavras, desorientado no tempo e no espaço e com dificuldades para tomar decisões, afora a dificuldade com a memória recente. Poderá ser identificado com rebaixamento cognitivo de múltiplos domínios, ou não.

– Estágio intermediário

Nesse estágio, ficam mais evidentes no dia-a-dia as dificuldades como esquecimentos de fatos mais marcantes como o nome de pessoas próximas; começam as dificuldades com a higiene pessoal e no autocuidado; incapacidade de cozinhar e cuidar da casa; maior dificuldade para falar e se expressar com clareza; podendo surgir alucinações e alterações de comportamento.

-Estágio avançado (terminal)

Este é um estágio critico no qual os sintomas se mostram mais avançados. Também chamado de estágio terminal, segue curso com prejuízo gravíssimo da memória, com incapacidade de registrar os dados e muita dificuldade em recuperar informações antigas, como o reconhecimento de pessoas e locais familiares. 

Questões pertinentes a prejuízos nas funcionalidades – autocuiddo e habilidades instrumentais- aparecem de forma mais severa e o paciente pode já não conseguir alimentar-se normalmente, apresentando dificuldade em deglutir, além de poder haver incontinência urinária e fecal e comportamento inadequado intensificado.

Apesar de significar avanços nessa fase, pode ocorrer ainda mais progressão da doença aparecendo dificuldades motoras exigindo auxílio para caminhar, introdução do uso de cadeira de rodas. Poderá ocorrer desgaste bem maior e o paciente poderá ficar acamado. 

Essa fase é extremamente desgastante e envolve questões muito significativas que envolvem aspectos emocionais envolvendo inclusive a família e os mais proximais acabam por desgastar-se por demais.

Nesse estágio, o paciente apresenta alto risco de desenvolver infecções abrindo-se em muitos casos a necessidade de hospitalização.

Não se registra cura ou tratamento capazes de reverter a doença de Alzheimer, e acredita-se que 70% do risco de desenvolvê-la esteja associado à genética. Outros fatores de risco incluem antecedentes de lesões na cabeça, depressão e hipertensão arterial. 

Entretanto há estudos que apontam que o risco de se desenvolver Alzheimer pode ser diminuído com exercícios mentais, físicos e controle da obesidade.  

-Cuidados

Registramos que a pessoa afetada passa a depender da família e/ou de cuidadores progressivamente. Portanto, é extremamente importante o momento do diagnóstico e orientação da família e quanto mais cedo a doença é identificada, melhor o prognóstico do paciente e da dinâmica familiar.

As orientações aos familiares e cuidadores são de  importância impar buscando a saúde emocional e o controle  dos níveis de estresse das pessoas envolvidas porque o impacto  social é alto, e reflete aspectos culturais e econômicos que uma doença como essa pode causar.